QUE FUTURO?

O futuro existe? Não, não existe, diz Agostinho, o santo católico, em seu livro Confissões. O futuro é esperança, afirma.

Então, o que podemos esperar?

Vejamos. Temos de adotar um critério, selecionar um ponto de partida para desenvolvermos o raciocínio.

Vou tomar aqui, pois, a evolução das espécies, a lei de Darwin, segundo a qual sobrevivem as espécies animais mais aptas e capazes de adaptação ao meio ambiente.

Aliás, é só dar uma olhadela para os presídios brasileiros para validar a lei darwiniana. Segundo as pesquisas, mais de oitenta por cento dos presos não concluiu o ensino fundamental, mesmo este ensino público que temos, de duvidosa qualidade. Ora, como poderiam adaptar-se e sobreviver em uma sociedade do conhecimento, cujo requisito preliminar para tal é saber ler, escrever e contar?

Admitida a evolução das espécies como uma lei científica, recordemos, para desde logo acalmar os teístas, que Teillard de Chardin, em seu livro “O Fenômeno Humano” “cristianizou” Darwin, assim como Agostinho “cristianizou” Platão e Tomás de Aquino “cristianizou” Aristóteles.

Nesta linha, o que é que se pode esperar então?

A criação da Noosfera. Uma esfera de conhecimento formada de energia psíquica, um anel mental circundando a Terra, uma Internet sem chip, sem qualquer suporte material, físico. Uma comunicação telepática, as mentes se comunicando, a comunhão dos santos.

As leis da evolução? A lei da complexidade crescente, a lei da desmaterialização crescente e a lei da amorização crescente. Três vetores que convergem para um salto qualitativo na evolução da espécie animal humano, a humanidade tomando consciência de que é um ser coletivo, sem negar as individualidades. A noosfera.

Sim, porque se a lei da evolução das espécies é mesmo uma lei científica, o ser humano do estágio atual não pode ser o termo final da evolução. E, segundo Teillard de Chardin, evoluirá para a criação da noosfera, um anel psíquico através do qual nos comunicaremos.

Mas e o que retarda a evolução? A divisão, o ódio, o egoísmo, o egocentrismo, a egolatria, a incapacidade de descentração, a incapacidade de deixar de julgar-se o centro de tudo, qual criança que não vê para além do próprio umbigo.

A ciência confirma esta visão teillardiana? Confirma.

Miguel Ângelo Laporta Nicolelis:

1 - “Nossa mente poderá atuar com máquinas que estão à distância e operar dispositivos de proporções nanométricas ou gigantescas: de uma nave espacial a uma ferramenta que penetra no espaço entre duas células para corrigir um defeito. E, no longuíssimo prazo, a evolução humana vai se acelerar. Nosso cérebro roubará um pouco o controle que os genes têm hoje sobre a evolução. Daqui a três meses, publicarei um livro em que comento estes temas.” (entrevista concedida a Alexandre Gonçalves, Estadão, 9/01/11, pág. A20)

2 – “A comunicação não será mediada pela linguagem, que deixará de ser o único ou o principal canal de comunicação. COSTUMO DIZER QUE SERÁ A VERDADEIRA LIBERTAÇÃO DA MENTE DO CORPO, PORQUE SERÁ A MENTE QUE DETERMINARÁ NOSSO ALCANCE E POTENCIAL DE AÇÃO NA NATUREZA. O que definimos como ser mudará drasticamente no próximo século.” (idem, ibidem).

O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis lançou o MANIFESTO DA CIÊNCIA TROPICAL, disponível na página do Instituto Internacional de Neurociência de Natal – IINN site www.natalneuro.org.br com 15 metas, sugerindo ainda, a criação de um Banco do Cérebro para financiar empreendedores científicos no País.

Foi o primeiro brasileiro a merecer uma capa da Science, e, na semana passada, foi nomeado membro da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.

VAMOS PRESTIGIÁ-LO! AO NICOLELIS E AO FUTURO, QUE NÃO PODEMOS DEIXAR MORRER NA PRAIA...

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