OLÁ CALOUROS 2011 - SUCESSO OU FRACASSO?

Ninguém quer ser um fracassado, um perdedor, um looser. Ou você conhece alguém que diga. Ha! Que bom, sou um vencido!

Geralmente as pessoas querem ser bem sucedidas. Pelo menos quanto aos dois instintos básicos. O da sobrevivência, pela qual todos têm de lutar e o da conservação da espécie, procriando.

Aliás, o animal humano é o único que monta estratégias racionais de sobrevivência.

Mas, saindo da linha da pobreza absoluta, da miserabilidade, ou mesmo da mera pobreza, em que sobreviver é o sucesso e, conversando, então, com o eventual leitor pertencente à classe média, média baixa, média média ou média alta, já podemos identificar nessa faixa social, a aspiração do sucesso como uma das motivações existenciais.

Contudo, caberia perguntar: sucesso em relação ao que? Parece, o sucesso depende da expectativa que se forma, a partir de algum critério que se eleja como prioritário em nossas vidas, quer dizer, daquilo que mais valorizamos.

Riqueza financeira, riqueza econômica? Casamento de fato ou de direito? Filhos? Saúde? Carreira profissional, prestígio? Arte, desempenho artístico ou literário? Sabedoria teórica? Sabedoria prática? Cultura geral? Amizades mantidas? Religião levada a sério, a fé? Fama, popularidade? Poder? Inovação, invenção?

Para um grande número de pessoas, o sucesso se resume a lucro, poder e prazer, acrescido, quando atinge o seu ápice, de fama e popularidade.

Seria o sucesso, então, o fim último da ação humana? Ou vindo do início, seria o sucesso a motivação primeira? O sucesso poderia, então, ser tanto o móvel quanto a finalidade da ação humana?

Pergunto agora. O sucesso como condição da felicidade ou o sucesso para nos trazer felicidade. Pressupondo, claro, que a felicidade seja o bem maior, supremo, último, a real aspiração do ser humano. Achando que todos os seres humanos queiram ser felizes.

Você quer ser feliz?

Um totalmente fracassado, vencido, um perdedor em tudo, um looser, pode ser feliz? Um vencedor, bem sucedido nas suas aspirações é necessariamente feliz?

Não é difícil colocar a questão assim, abstratamente, em oposição de cento e oitenta graus. Mas a vida não é uma abstração. Esta é um mero atributo da razão, apenas isso.

Na existência concreta, na vida do dia a dia, parece haver uma relação de implicação. Quanto mais sucesso, mais possibilidade de felicidade, quanto mais felicidade mais possibilidade de sucesso. E, por outro lado, quanto mais fracasso mais possibilidade de infelicidade. Quanto mais infelicidade, mais possibilidade de fracasso.

Uma coisa é, porém, certa. Tanto o sucesso quanto o fracasso se constroem no dia a dia, tijolo por tijolo, fruto de decisões ponderadas ou precipitadas, de disciplina ou indisciplina, de energia ou de moleza, de força de vontade ou de fraqueza da vontade, de ânimo ou de desânimo, de sacrifício ou de comodismo.

Sucesso ou fracasso. Nenhum, nem outro e, sim, virtude, diria Aristóteles: nem tanto ao mar, nem tanto a terra, nem falta, nem excesso. Com um pouco de sorte para evitar o fracasso, acrescentaria Maquiavel. Apostando no inconsciente coletivo, ponderaria Young. Libertando-se da alienação ao capital, reclamaria Marx. Trabalhando pela criação de uma rede formada pelas mentes humanas, da noosfera, apontaria Teillard. A mente se libertando do corpo e controlando a natureza, arremata, cientificamente, na atualidade, Nicolelis, indicando o futuro da evolução.

Entretanto, é preciso considerar o sucesso ou o fracasso na vida de hoje, em que cada um de nós vive a sua vida e a sua própria circunstância, a partir de uma visão de mundo, de uma cosmovisão. Seja ela oriunda de uma narrativa judaico-cristã, do marxismo, do islamismo, ou ainda, da ciência.

Daí que eu desejo a todos, muito sucesso em 2011.

À luta, cidadãos!

Comentários

Pima disse…
http://letras.terra.com.br/los-hermanos/67545/
.
um paralelo aí, professor!
.
e um abraço!!!

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