CIDADÃO PARTICIPATIVO!


                 Irmãos da espécie animal humano, irmãos de filiação divina!

                “Tens fé, ainda que diminuta?” Ouvi um pregador fazer esta pergunta, seguida da resposta de que por menor que ela seja, basta, é o suficiente. Fé em Deus! “Basta para te fazer um próspero vencedor e um vencedor próspero”. Fé e confiança Nele! Pedindo ao altar e contribuindo com o dízimo a este mesmo altar. Fé convicta, sem duvidar. Fé na Bíblia, fé na Palavra, fé em Jesus Cristo. Fé em que Deus tudo pode, fé em que Ele me atende. Claro, se eu tenho fé, se eu confio Nele, se não duvido da palavra Dele. Fé em Deus-Pai, em Deus-Filho e em Deus-Espírito Santo.

                Defino a fé como a adesão com convicção a algo que não ofereça explicação racional, como, por exemplo, a ressurreição de Jesus ao terceiro dia! Não há explicação racional para a ressurreição. Logo, o cristianismo não é uma teoria, do tipo da teoria psicanalítica ou da teoria marxista, para citar as mais importantes do século XX. O cristianismo é a fé em um fato. Ou se tem fé na ressurreição como tendo sido um fato verdadeiro ou não se é cristão.

Destarte, aprendi que a fé é um dom, uma graça divina, uma dádiva que é dada de graça por Deus. Os que não têm fé simplesmente não foram agraciados por Ele. Ora, se assim é, ninguém pode ser discriminado por não ter fé, ser ateu, agnóstico ou indiferente à existência ou inexistência de Deus. Apenas, Deus não quis agraciá-los e ninguém conhece a economia divina. Claro que, já de um ponto da fé em Deus, todos recebem o dom da fé e passa a ser uma questão de escolha individual, acolher a graça da fé ou não e, portanto, rejeitá-la.

E também não há porque discriminar alguém por qualquer outra diferença, de cor, de etnia, de sexo, de nacionalidade, de religião, de cultura, de origem ou de idade. Não menciono a raça porque a ciência biológica já demonstrou que só há uma raça, a humana. Somos todos animais humanos. Aprendi, também, a respeitar a ciência.

Por outro lado, a base da convivência, da coexistência é o respeito. Coisa difícil sim. Ideologias dividem. Segundo Houaiss, são certezas pessoais de um indivíduo ou de um grupo e de suas percepções culturais, sociais e políticas. Ainda, a ideologia como a sistematização ou racionalização dos interesses de uma classe social, a proletária ou capitalista, como propôs Marx. Ou, a ideologia como um sistema de ideias dirigidas à ação, como a cristã, na linha de Weber.

Então, a História é a história da luta de classes? Para o megainvestidor Warren Buffet, sim, e “nós os capitalistas estamos vencendo”! Para a Igreja Católica, não. Combatendo o abuso e a opressão de uma classe social sobre outra, é possível a harmonia entre as classes sociais.

 Entretanto, e os miseráveis, os excluídos dos mercados, os famintos, os doentes, especialmente as crianças e os idosos? Quem pode e deve cuidar deles? A autoridade. De fato, a autoridade, a troca e a persuasão são os três pilares de qualquer grupo humano, de qualquer sociedade. A troca desenvolve a economia e a autoridade garante a ordem, a justiça e a defesa contra inimigos externos e internos, defesa contra agressões de toda a natureza. O terceiro pilar é a persuasão. Todos querem convencer a todos dos seus pontos de vista, da superioridade de suas marcas, de suas religiões, de suas ideologias, de suas criações.

Outrossim, em que estágio civilizatório estamos? O século XXI se apresenta organizado em Estados Nacionais parcialmente soberanos regidos por constituições escritas e está aperfeiçoando instituições supranacionais, globais. Ora, quem sustenta a autoridade nacional? Os tributos cobrados de todos os cidadãos de cada país, sem exceção. Até os miseráveis, os mendigos que compram comida mediante o recebimento de esmolas contribuem para com a autoridade. Sim, porque há um imposto embutido no preço de tudo o que se compra, do pão ao arroz com feijão de cada dia.


Em consequência, o que é ser cristão hoje, no aqui e agora? É exigir, com firmeza, da autoridade o uso correto e honesto dos recursos que ela subtrai às nossas mesas e fazê-la, a ela autoridade, aplicá-los com eficiência na promoção do bem comum. Concluindo, ser cristão hoje é, em nome da Palavra de Deus, ser um cidadão participativo!

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