PARA ONDE VAMOS?
Vamos
para mais do mesmo, com Lula sendo eleito em 2014 pelos 14 milhões de famílias
que recebem a bolsa família, para uma guerra civil, para uma intervenção
militar, ou vamos para uma democracia direta digital? A pergunta pressupõe que
haja muita insatisfação social. E há. Desde junho passado ela vem sendo
comprovada diariamente pela juventude, pelos usuários carentes de serviços
públicos, pela comunidade empresarial, pelas Forças Armadas e pelas Igrejas.
Os
únicos satisfeitos são os políticos, a classe política organizada em partidos
registrados na Justiça Eleitoral, habitantes de um condomínio fechado, bem
protegido da ira popular. Eles estão felizes com as eleições a cada dois anos,
a alimentar o seu mercado de captura de votos e os negócios em torno dos
dinheiros, público e privado, dos meios de comunicação de massa e da máquina
estatal. Após deslegitimarem a representação, agora trabalham intensa e celeremente para deslegitimar as próprias
instituições democráticas.
Estamos a quase trinta anos da volta dos civis ao poder com a posse de Sarney na
Presidência em 1985, a vinte e cinco da Constituição Cidadã de 1988 e a vinte
anos do Plano Real de 1994, vencedor da hiperinflação. Temos, pois, que a nova
geração dos brasileiros que atualmente têm até trinta anos é civilista, vive
sob a democracia eleitoral-partidária, ignora a tragédia da hiperinflação para
os salários e é, na maioria, ignorante, uma vez que a elite que conduziu o País
neste período não liga para a igualdade de oportunidades e, pois, não liga para
o professor e à educação pública. Elite dirigente que não se incomoda com sermos
o país da maior desigualdade de renda do mundo, admite pagar aos ricos a maior
taxa de juros reais do planeta e se compraz no exercício da demagogia.
Nestes
últimos trinta anos, em termos mundiais, fatos relevantes foram a queda do muro
de Berlim em novembro de 1989, a implosão da União Soviética em abril de 1991,
a Internet em abril de 1993, a ascensão econômica da China neste século XXI e a
crise bancária mundial de 2008. Para a evolução civilizatória, no entanto, é
sempre a inovação o que mais contribui. É, pois, a Internet, o fenômeno mais
importante.
A
Internet aprofunda a era informacional e digital, possibilita a sociedade em
rede, e, se, de um ponto de vista político, por um lado potencializa o controle
social e a restrição à privacidade individual, por outro potencializa a
derrubada de ditaduras, a exemplo da primavera árabe, bem como a democracia
direta digital, uma construção ainda em andamento.
Então, para onde vamos?
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