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Mostrando postagens de 2019

POEMA PSICANALÍTICO

Traumas infantis Repete e pede bis. É craca inconsciente, Analisa, e vai em frente! Condensação, dramatização, simbolização, Deslocamento, distorção, inversão,  Alegorias, metáforas, regressão! Repressão. Sonhos e interpretação! Oral, anal, fálica e genital, Cresce o animal humano. Mira-se feliz no espelho, Ganha um ‘eu’ o fedelho! Chora, mama, goza e dorme! Reclama, berra, acorda! Colo, mama, goza. E dorme! Ama, odeia e perdoa. Repara os erros. Constrói-se ano após ano, O tempo-vida inteiro! (escrito hoje no Athenas - Café Restaurante, à Rua Antônio Carlos, às 13,30)

MASOQUISMO

            Ao lado do masoquismo erógeno, como condição imposta à excitação sexual – prazer no sofrimento - e do masoquismo feminino, como expressão da natureza feminina, a terceira forma de masoquismo, o moral, como norma de comportamento, “foi identificada pela psicanálise como um sentimento de culpa” (p.181), na maior parte inconsciente, sem que o prazer no sofrimento que caracteriza o masoquismo erógeno deixe de estar presente nas duas outras formas, o feminino e o moral.             Esse sentimento de culpa, por sua vez, manifesta-se nas fantasias masoquistas nas três formas; o indivíduo acha que cometeu crime de natureza indefinida a ser expiado por penas atormentadoras, uma racionalização que tem por trás “uma vinculação à masturbação infantil” (p.182).             O pressuposto da distinção entre os masoquismos, erógeno, feminino e moral assenta-se em algumas proposições: a primeira, a de que os “processos mentais são governados pelo princípio do prazer” (p.179) e

O EXEMPLO SAPATEIRO

                                                                Denise pede para reavivar o exemplo do sapateiro, a ilustrar que a mente humana sempre está um passo atrás dos fatos da vida. O povo sintetiza o fenômeno dizendo, simplesmente, que a ficha não caiu. Caiu a ficha? Será que não cai a ficha?                 Um sapateiro era um competente artesão e atendia uma bela freguesia, dominando seu trabalho e seu tempo com plena autonomia. Sustentava a família satisfazendo as necessidades básicas dos filhos e ainda sobrava para as férias familiares anuais. Um autônomo honesto, responsável e satisfeito.                 Eis que em sua vizinhança instala-se uma fábrica de sapatos, produção em série, máquinas e operários produzindo em massa, vendendo sapatos pela metade do preço cobrado pelo sapateiro artesão. Este fale, pois a freguesia some, ele cerra as portas da sapataria e se emprega como operário da mesma fábrica que provocou a sua falência.                 Homem brioso, o

JANAÍNA PASCHOAL

Generais puseram o pijama para servir café na cama, dele! Não! O Santa Cruz, não! Este foi embora quando viu atrás da porta a sujeira escondida, Verdade, dita mentira! Moro acreditou no papo anticorrupção. Trocou a magistratura por outra investidura! Teve o tapete puxado. Na mais infame cara dura! Votei num presidente banana Que quer deixar de sê-lo... Só monta cavalo amestrado Tem medo de cavalo em pelo! A culpa é sempre dos outros Da mídia e da televisão Teimam em distorcer, Em não lhe dar razão! Até quando? Cadê a Janaína Paschoal Para estancar o desvario Em ritmo de Amazonas-Rio E findar o estelionato eleitoral?

ÉTICA NA ATUALIDADE

Roteiro de palestra a ser proferida às 19 horas do dia 29 de agosto de 2019, na 211ª. Subseção da OAB/SP em conjunto com a Faculdade Anhanguera Taboão da Serra. 1)       Etimologia da palavra “Ética”. 2)       Ética é norma? 3)       O que é “Ética”? Qual seu conteúdo? 4)       O que é moral? 5)       Qual é a última regra moral surgida no seio da civilização? 6)       Como as regras morais são traduzidas em regras obrigatórias? 7)       Como as regras morais se tornam juridicamente obrigatórias? 8)       Como os povos das diferentes nações incorporam as regras morais em seus países? 9)       Como e quando a incorporação de princípios éticos e regras morais se deram, pela última vez, no Brasil? 10)    É possível falarmos em Ética Constitucional? 11)    Quantas e quais são as palavras-chave que estruturam a nossa Constituição? 12)    A nossa Constituição recolhe avanços civilizatórios anteriores a ela? 13)    Na evolução histórica da

MARIA ELISA

            Corria o dia 27 de fevereiro de 1987, uma sexta-feira, Maria Elisa e eu lideramos uma passeata de inquilinos intranquilos com o fim do congelamento dos aluguéis, então decretado por Sarney, ano da moeda Cruzado, último dia, pois, de um ano de congelamento de todos os preços da economia. O Ministro da moeda Cruzado foi João Sayad, meu colega da economia da USP, onde entramos em 1964.             O Movimento Permanente dos Inquilinos Intranquilos, organizado por Maria Elisa, repercutiu intensamente na mídia. Acabei como seu assessor jurídico, obrigado a acompanhar as questões relativas à moradia por força da função de assessor do então Secretário Executivo da Habitação do Governo Montoro, o, até hoje um amigo querido, o médico sanitarista José Carlos Seixas.             Chamou-me a atenção, à época, a habilidade de Sarney e seu Consultor Geral, o advogado Saulo Ramos. Na segunda-feira Sarney publica um projeto de lei para uma nova lei do inquilinato, uma colcha de

SOU MOURÃO !

                         Corria o ano de 1977, Samuel Huntington veio trazer a mensagem de Jimmy Carter para os militares devolverem o poder aos civis, restaurando a democracia na América Latina. Era a orientação da Comissão Trilateral fundada por David Rockefeller, impressionada com as quedas das ditaduras de direita, grega em 1972 e portuguesa em 1974. Estava apavorada porque, nos dois casos, os comunistas subiram ao poder.             No Brasil, então, o General Geisel fechou o Congresso Nacional, editou o pacote de abril, criou a figura do terceiro senador de cada Estado, a ser nomeado por ele, aumentando, ainda, para seis anos, o mandato de quem o sucedesse. Incontinente anunciou a abertura lenta, gradual e segura da ditatura, com o objetivo de devolver o poder aos civis e restaurar a democracia, ainda que a “relativa”, pregada por Huntington.             O ambiente era de medo e de intimidação. Sentia-me um exilado dentro do meu próprio país, com receio de externar as