MARINA SILVA JÁ COMEÇA A GOVERNAR
Assisti a todo o evento de filiação da Senadora Marina Silva no PV. Ouvi todos os discursos e acompanhei a entrevista que ela concedeu à imprensa. Há, apenas, uma semana, domingo passado.
E ela já começou a governar. Explico-me.
Segundo o professor Charles Lindblom, da Yale University, nos EUA, em seu livro traduzido para o Brasil em 1976, publicado pela Zahar Editor e intitulado “Política e Mercado”, podemos reduzir toda a complexidade da vida em sociedade a três grandes tópicos: autoridade, troca e persuasão.
Vamos então por partes.
Primeiramente, conto que ouvi Marina Silva dizer, no dia da filiação ao PV, que tentara convencer o governo de que a questão ambiental, do desenvolvimento sustentável, é um antecedente lógico de tudo o mais, e que, em decorrência, deveria ser tratado transversalmente pelo governo, envolvendo todos os ministérios. E, que não conseguira. Disse ainda que consciência ecológica estava mais desenvolvida na sociedade do que nos partidos políticos, a exceção, claro, do Partido Verde, pois esta é a sua razão de ser.
Em segundo lugar, comento o que constatei pelos jornais.
Logo no dia seguinte, o Presidente, na undécima hora, ou como se diz também, na vigésima quinta hora, mandou destinar dinheiro vindo do Pré-Sal ao meio ambiente. Sem dúvida foi o primeiro efeito Marina. Filiação ao PV, entrevista na Veja, a força dela forçou-o. Que bom, seu primeiro ato de governo, ainda sem assumir, indireto, decorrente do medo do Presidente de que as críticas se avolumem.
Depois foram os discursos dos candidatos. Todos incluíram a questão do meio ambiente e da economia sustentável. Foram Dilma, Ciro e Aécio, que inclusive sancionou o novo Código Florestal de Minas. Não me lembro de ter lido algum comentário do Serra. Até agora.
E ainda, li vários analistas e repórteres referirem-se ao efeito Marina, ao fator Marina, etc.
Vale a pena reproduzir o que o professor emérito da USP, José Arthur Giannotti, escreveu à pág 3 do Caderno Mais! da Folha de São Paulo deste domingo, véspera do dia da Independência:
“... veio a doce Marina Silva. Sua presença já promete uma renovação possível, pode tornar mais higiênico nosso jogo político. ... sua atuação mobiliza novos atores, eleva o debate político, tende a reduzir os golpes baixos, e a demarcar regras e personagens”.
E a continuação que logo segue é a que ratifica o título deste texto. Afirma o professor Giannotti: “Se fizer uma campanha de alto nível e inovadora, coloca de vez a problemática do desenvolvimento sustentável na agenda de qualquer governo que resulte da eleição”.
Hora de voltar aos três tópicos do professor Lindblom: autoridade, troca e persuasão.
Marina Silva já começa a governar porque, em uma semana, já persuadiu o Presidente a colocar recursos do pré-sal na proteção ambiental, já persuadiu os demais candidatos presidenciáveis a estudarem o tema e a refazerem seus planos e discursos e já reforçou na mídia a importância do desenvolvimento sustentável. Como conseqüência, amplia o nível de consciência do povo em geral, ao mesmo tempo em que estimula o trabalho de todas as ONGs da área e das empresas que já atuam segundo um critério econômico e socioambiental.
Portanto, nesta primeira semana de PV, quanto à persuasão, no âmbito da política, Marina Silva governou.
E ela já começou a governar. Explico-me.
Segundo o professor Charles Lindblom, da Yale University, nos EUA, em seu livro traduzido para o Brasil em 1976, publicado pela Zahar Editor e intitulado “Política e Mercado”, podemos reduzir toda a complexidade da vida em sociedade a três grandes tópicos: autoridade, troca e persuasão.
Vamos então por partes.
Primeiramente, conto que ouvi Marina Silva dizer, no dia da filiação ao PV, que tentara convencer o governo de que a questão ambiental, do desenvolvimento sustentável, é um antecedente lógico de tudo o mais, e que, em decorrência, deveria ser tratado transversalmente pelo governo, envolvendo todos os ministérios. E, que não conseguira. Disse ainda que consciência ecológica estava mais desenvolvida na sociedade do que nos partidos políticos, a exceção, claro, do Partido Verde, pois esta é a sua razão de ser.
Em segundo lugar, comento o que constatei pelos jornais.
Logo no dia seguinte, o Presidente, na undécima hora, ou como se diz também, na vigésima quinta hora, mandou destinar dinheiro vindo do Pré-Sal ao meio ambiente. Sem dúvida foi o primeiro efeito Marina. Filiação ao PV, entrevista na Veja, a força dela forçou-o. Que bom, seu primeiro ato de governo, ainda sem assumir, indireto, decorrente do medo do Presidente de que as críticas se avolumem.
Depois foram os discursos dos candidatos. Todos incluíram a questão do meio ambiente e da economia sustentável. Foram Dilma, Ciro e Aécio, que inclusive sancionou o novo Código Florestal de Minas. Não me lembro de ter lido algum comentário do Serra. Até agora.
E ainda, li vários analistas e repórteres referirem-se ao efeito Marina, ao fator Marina, etc.
Vale a pena reproduzir o que o professor emérito da USP, José Arthur Giannotti, escreveu à pág 3 do Caderno Mais! da Folha de São Paulo deste domingo, véspera do dia da Independência:
“... veio a doce Marina Silva. Sua presença já promete uma renovação possível, pode tornar mais higiênico nosso jogo político. ... sua atuação mobiliza novos atores, eleva o debate político, tende a reduzir os golpes baixos, e a demarcar regras e personagens”.
E a continuação que logo segue é a que ratifica o título deste texto. Afirma o professor Giannotti: “Se fizer uma campanha de alto nível e inovadora, coloca de vez a problemática do desenvolvimento sustentável na agenda de qualquer governo que resulte da eleição”.
Hora de voltar aos três tópicos do professor Lindblom: autoridade, troca e persuasão.
Marina Silva já começa a governar porque, em uma semana, já persuadiu o Presidente a colocar recursos do pré-sal na proteção ambiental, já persuadiu os demais candidatos presidenciáveis a estudarem o tema e a refazerem seus planos e discursos e já reforçou na mídia a importância do desenvolvimento sustentável. Como conseqüência, amplia o nível de consciência do povo em geral, ao mesmo tempo em que estimula o trabalho de todas as ONGs da área e das empresas que já atuam segundo um critério econômico e socioambiental.
Portanto, nesta primeira semana de PV, quanto à persuasão, no âmbito da política, Marina Silva governou.
Comentários
Estas suas notas são muito interessantes. Quiçá seja proféticas. Marina é uma candidata muito viável. Se incorporar um discurso abrangente e consistente há de ganhar muitos votos.
A Senadora Marina Silva hoje atinge um status diferenciado em relação à política nacional. É, reconhecidamente, uma sábia na questão ambiental e sua palavra, enfim, ganha o peso merecido.
Aguardemos os próximos acontecimentos, esperando que, a cada dia, tenhamos mais boas novas.