BOLSONARO



            Reproduzo a geografia do voto publicada pelo Estadão, dia 13 de outubro, à página A4 na coluna Eleições 2018. Faço-o a título de registro histórico.

Por região

Sul, B 57% - H 20%; Sudeste, B 53% - H 19%; Nordeste, B 51% - H 26%; Norte/Centro-Oeste, B 50% - H 29% .

Voto por segmento

Masculino B 51 – H 26 ;  Feminino B 40 – H 30
Por idade

16 a 24 anos B 40 – H 25; 25 a 34 anos B 47 – H 26; 35 a 44 anos B 46 – H 29; 45 a 54 anos B 45 – H 30; 55 e mais: B 47 – H 30

Escolaridade

Até 4ª. série do fundamental H 48 – B 30; da 5ª. à 8ª. série do fundamental H e B 39; ensino médio B 50 – H 26; Superior B 49 – H 14

Renda Familiar em salários mínimos

Mais de 5: B 56 – H 13; mais de 2 a 5: B 55 – H 17; mais de 1 a 2: B 46 a 29; até 1: H 48 – B 28

CUSTO DAS CAMPANHAS

Quanto ao custo da campanha, transcrevo os dados publicados pela Folha de São Paulo, em matéria de capa do dia 14 de outubro: B R$ 1,9 milhão e H R$ 49,5 milhões, incluindo o montante direcionado à campanha de Lula antes de ser impedido de concorrer pela Justiça Eleitoral.

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Segundo a matéria de Felipe Bãchtol publicada na Folha de São Paulo sob o titulo “Campanhas ricas não se elegem, e PSL vence com baixo orçamento”, o custo médio para a eleição dos 52 deputados federais do PSL foi de 151.000 reais, ao passo que a média dos eleitos pelo MDB foi de 1,4 milhão. São ainda médias parciais, esclarece o articulista.

A DIREITA VEIO PARA FICAR

            Segundo Lucas Rodrigues Azambuja, doutor em sociologia pela USP e professor titular no IBMEC MG, além de um sentimento antipetista decorrente das descobertas da LavaJato, o que é conjuntural e pode ser passageiro, há outros fatores a considerar. Em primeiro lugar, a organização política dos movimentos liberais, tais MBL, VemPraRua, Nas Ruas e o próprio partido Novo.

            Somam-se aos liberais os conservadores seguidores do filósofo Olavo de Carvalho e também os monarquistas. Um terceiro e quarto grupos são formados pelas bancadas do agronegócio, dos evangélicos e dos católicos conservadores. Por fim, há de se agregar um grupo ligado ás Forças Armadas e às Polícias Militares.

            Para além da insatisfação com os partidos da esquerda, esses grupos expressam valores, interesses e ideologias existentes na sociedade brasileira que não estavam sendo representados politicamente. E, como estes grupos possuem organização e origem em movimentos da sociedade civil, “a onda da direita não é somente um fenômeno eleitoral” (FSP, Da onda à organização política, p. A2)

            Já Celso Ming em “A grande indignação” aborda a insatisfação das classes médias mundiais, em primeiro lugar, em decorrência dos produtos baratos chineses que esvaziaram os empregos no Ocidente especialmente nos EUA; em segundo lugar, pela utilização da tecnologia da informação; em terceiro, em razão do fim do Estado de Bem Estar. E, em razão destes fatores, um quarto, a migração de pobres e refugiados.

            A indignação dos remediados não é novidade, acrescenta o articulista do Estadão, mas o que mudou foi o alcance da comunicação instantânea, graças à Internet ( escrevi um livro intitulado INTERNETIMO ), às redes sociais, ao celular e ao WhatsApp que produziram enorme capacidade de mobilização. É preciso, pois, rediscutir os conceitos sociológicos de classe média (ESP, 14/10/18, p.B2).

MINHA OPINIÃO

            No Brasil as coisas começaram para valer em junho de 2013, como analisei aqui neste blog, sob o título “Bolsonaro, sem surpresa”.

            Sou otimista em relação ao futuro. Nossas instituições estão maduras para a alternância do poder, se houver, o que os fatos indicam ser a probabilidade maior. Não me impressiono com as palavras exageradas de cada um dos lados. Creio, a realidade do sistema de pesos e contrapesos se imporá. O pensador católico Alceu Amoroso Lima dizia que a história obedece a um movimento pendular entre a liberdade e a autoridade, cada época histórica enfatizando um destes imprescindíveis valores que devemos harmonizar.

            Finalizo com o ensinamento do filósofo do “Humanismo Integral”, Jacques Maritain, para quem, entre a mais bela teoria e o bom senso popular, devemos ficar com o bom senso popular, pois assim estaremos mais próximos da verdade. Um ensinamento que confirma o dito popular, “a voz do povo é a voz de Deus”.

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