NÚMEROS BRASILEIROS DESTE DOMINGO, 28 DE NOVEMBRO DE 2010



1) O ‘CAPITALISMO DE LAÇOS’ – ELIO GASPARI – FOLHÃO, A18.

1.1Neste livro, o professor Sérgio Lazzarini, do Insper, mastigou 20 mil dados estatísticos de 804 empresas. Em 1996, num universo de 516 grandes empresas, o BNDES e os fundo Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa participavam de 72 sociedades. Em 2003, numa amostra de 494 companhias, a participação estava em 95. Em 2009, num universo de 624, o Estado tinha um pé em 119 empresas.
1.2 O professor trabalhou com o conceito de “centralidade”, estudando a composição acionária das empresas. Em 1996, quem tinha mais “amigos” ( olhar de um usuário do Facebook) eram a União (com o BNDES) e a Previ. Em 2009 a situação era a mesma. Com outro critério, olhando-se para os grupos econômicos e seus cruzamentos, hoje quem tem mais amigos é o conglomerado da Andrade Gutierrez, seguido pelo grupo do empresário Carlos Jereissati.

1.3 Estudando a estrutura das grandes empresas, Lazzarini mostra como é pequeno o mundo dos amigos entrelaçados: 11 (onze) grão-senhores participam de 66 conselhos de empresas.
1.4 A investida do Palácio do Planalto, do fundo de pensão Previ e do empresário Eike Batista sobre os administradores da Vale é recontada. Em tese, a Vale é uma empresa privada. Na prática, pelos “laços”, o governo é seu maior acionista e, na ocasião, Batista era o melhor amigo. Em 2008, foi o maior patrocinador privado do filme “Lula, o Filho do Brasil” e, em 2006, o maior doador individual na campanha que reelegeu Lula. Sendo, o maior doador corporativo, a Vale.


2) CORRUPÇÃO CUSTA R$ 130 BI POR ANO AO PAÍS – FAUSTO MACEDO - ESTADÃO A20.

Estudo da Fundação Getúlio Vargas mostra que o Brasil perde 5% do PIB a cada ano por causa da corrupção pública, o que equivale a 130 bilhões. “O País deixa de crescer 2 % ao ano por conta desse mal”, adverte o delegado anticorrupção da Polícia Federal Josélio Azevedo de Souza, em reunião da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA).


3) EMPREGO, FATURAMENTO E LUCRO DO TRÁFICO VERSUS CUSTO DA SEGURANÇA PÚBLICA NO RIO DE JANEIRO – PLÍNIO FRAGA e JANAÍNA LAGE – FOLHÃO – 6 COTIDIANO 2.

3.1 O economista e professor do Ibmec-RJ Sérgio Ferreira Guimarães simula contabilidade do tráfico: faturamento de 317 milhões (versão mais conservadora) a 633 milhões (teto imaginado a partir dos números disponíveis), vendendo 9 t de cocaína, 90 t de maconha e 4 t de crack, 103 toneladas de drogas por ano, empregando 16 mil pessoas.
3.2 O Estado do Rio gasta com segurança pública cinco vezes mais do que o tráfico de drogas fatura na capital. Despendeu no ano passado, R$ 4,096 bilhões e calcula precisar de mais R$ 4 bilhões para estender as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) das 13 atuais para 40 nos próximos anos.


4) O PAÍS DEVE 50 BILHÕES DE REAIS ESTE ANO E PODE DEVER 100 BI EM 2011. SÃO JUROS PAGOS A QUEM EMPRESTA AO GOVERNO PARA QUE ESTE POSSA MANTER AS RESERVAS INTERNACIONAIS EM 300 BI DE DÓLARES.

ESTADÃO – B6 – AMIR KHAIR – MUDANÇAS NA POLÍTICA ECONÔMICA.

4.1 É simples de entender o absurdo. O governo emite títulos para tomar empréstimos dos brasileiros que têm dinheiro sobrando e da estes títulos (papéis) como garantia, pagando os juros da taxa Selic, 10, 75% ao ano. Qualquer um de nós pode comprar um título do governo e receber estes juros. Bom negócio, não? Daí o governo que recebeu este dinheiro compra um título emitido pelo governo dos EUA e recebe menos de 1% ao ano. A diferença entre o que paga pelo empréstimo garantido pelo título brasileiro e o que recebe do tesouro americano pelo título que comprou para formar as reservas internacionais, dá um vasta prejuízo. Neste ano, é de 50 bilhões de reais. Para se ter uma idéia da grandeza, o déficit previsto da previdência é de 46 bilhões.
4.2 Mas tem mais. O Banco Central do Brasil compra mais dólares para engordar as reservas do que os dólares que entram no Brasil (saldo do fluxo cambial). Com isso os bancos brasileiros se propõem a vender dólares ao governo, no futuro, por um certo preço, apostando na valorização do real a fim de lucrar com esta operação.
4.3 Pior. O Ministro da Fazenda fala em endividar o Fundo Soberano do Brasil adquirindo títulos da dívida pública para comprar dólares. Assim, o BC e o MF iriam contribuir para ampliar as reservas e a posição “vendida” dos bancos.
4.4 Valorizando o real, os produtos importados ficam mais baratos, muitos são comprados fazendo concorrência aos produtos nacionais que, assim, não tem como aumentar os preços. O governo ancora o combate à inflação no câmbio apreciado. Uma âncora cambial para o combate à inflação.
4.5 Como esta política beneficia os bancos, eles já começaram a campanha para aumentar a taxa de juros da Selic, a fim de aumentar seus lucros à custa do governo.
4.6 Bom para diminuir a dívida do governo seria abaixar a taxa de juros da Selic. Mas isso diminuiria o lucro dos bancos. Será que a Presidenta tem esta força? Se nem FHC e nem Lula tiveram? A conferir.




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