A VOZ DAS RUAS
( alguns registros para facilitar
a nossa memória coletiva )
1) Datafolha:
entre os participantes das manifestações, 77% tem diploma universitário, 53%
tem menos de 25 anos e 84% não tem preferência partidária. (FSP, editorial
‘Incógnita nas ruas’ p.A2, 19/06/13)
2) ELIO
GASPARI: “Aqui vão sete coisas que aconteceram nos últimos dez dias:
a) O
prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckimin subiram as tarifas e
foram para Paris, avisando que não conversariam nem com os manifestantes. Mudaram
de idéia.
b) Geraldo
Alckmin defendeu a ação da polícia na quinta feira passada. Mudou de idéia e
pacificou a PM.
c) O
comandante da PM disse que sua tropa de choque só atirou quando foi apedrejada.
Quem estava na esquina da rua da Consolação com a Maria Antônia não viu isso.
d) Dilma
Roussef foi vaiada num estado onde a meia-entrada custou R$ 28,50 (nove
passagens de ônibus a R$ 3,20).
e) O
cartola Joseph Blatter, presidente da Fifa, mandarim de uma instituição metida
em ladroeiras, achou que podia dar lição de moral aos nativos. (A viúva gastará
mais de R$ 7 bilhões nessa prioridade. Só no Maracanã, torraram R$ 1,2 bilhão).
f) A
repórter Fernanda Odilla revelou que o Itamaraty achou pequena a suíte de 81m2
do hotel Bervely Hill de Dirban, na África do Sul, e hospedou a doutora Dilma
no Hilton. (Por determinação do Planalto, essas informações tornaram-se
reservadas e, a partir de agora, só serão divulgadas em 2015.)
g)
A cabala para diluir as penas dadas aos mensaleiros que
correm o risco de serem mandados para o presídio do Tremembé vai bem, obrigado.
O ministro Dias Toffoli, do STF, disse que os recursos dos réus poderão demorar
dois anos para ir a julgamento.” (FSP, p.A8, 19/06/13)
3) INTERNET:
“Entre a Quarta-feira passada e a noite da última segunda, 79 milhões de mensagens
sobre as marchas foram trocadas pelos internautas.” (ESP, Notas &
Informações, ‘Vontade de falar’, p A3, 19/06/13)
4)
JOSÉ
ARHUR GIANNOTTI:
“Os jovens já têm demonstrado
suas opções por outras formas de vida, o que demanda novas formas de
politização. Pouco lhes interessa o ritual das eleições em que se diz o que
todo o mundo já está cansado de dizer.
Cada vez se toma consciência entre nós de que o Estado suga parte
importante do produto nacional bruto, sem que devolva os serviços prometidos e
necessários a um bem-estar razoável.”
--- ---
“Por sua vez, seria um milagre se o governo federal se renovasse por
inteiro, fazendo ampla reforma administrativa, abandonando os paliativos e
iniciando um programa radical de combate à inflação.”
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“Caberia esperar, então, que alguns congressistas sejam capazes de
construir uma frente superpartidária com uma agenda precisa atacando os pontos
nevrálgicos da crise? Às vezes, vale esperar um milagre.” (Professor emérito de
Filosofia da USP; ESP, ‘Vozes sem voto’, p.A2, 19/06/13.)
5) JUAN
ARIAS ( EL PAÍS): “Por que o Brasil e agora?”
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“Os pobres que chegaram à nova classe média
conscientizaram-se de que deram um salto qualitativo na esfera do consumo e
agora querem mais. Querem serviços públicos de primeiro mundo, que não há;
querem uma escola que ofereça um ensino de boa qualidade, que não existe;
querem uma universidade moderna, viva que os prepare para o trabalho futuro.
Querem hospitais com dignidade, sem meses de espera, sem filas desumanas.
E querem tudo
o que ainda lhes falta politicamente: uma democracia mais madura, em que a
polícia não continue agindo como na ditadura; ...; querem uma democracia onde
exista uma oposição capaz de vigiar o poder.
Querem
políticos menos corruptos; querem menos desperdício em obras que considerem
inúteis quando ainda faltam casas para 8 milhões de famílias; querem uma
justiça com menos impunidade; querem uma sociedade menos abismal em suas
diferenças sociais. Querem ver na prisão os políticos corruptos.
Querem o
impossível? Não. --- ----. Querem um Brasil melhor. Nada mais.” (ESP, 19/04/13,
p.A18)
6) LINCOLN
SECCO: ‘Efeito dos protestos virá no longo prazo’
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“O movimento
brasileiro é uma esfinge. Ele pede para ser decifrado. À primeira vista,
observamos que há uma revolta positiva contra um sistema político arcaico que
não representa a população.” ( Professor de História Contemporânea da USP; ESP,
19/06/13, p.A19)
7) PRESTÍGIO
DAS INSTITUIÇÕES SEGUNDO O DATAFOLHA, DE DEZ/2003 A 18/06/2013 (FSP, 1ª página,
19/06/13)
a) Congresso
Nacional: Nenhum prestígio: sobe de 22 para 44 por cento.
b) Partidos
políticos: Nenhum prestígio: sobe de 17 para 42 por cento.
c) Observação
sobre o apoio às manifestações em cinco dias: pulou de 55% para 77%.
TIRO A SEGUINTE CONCLUSÃO: A VOZ
DAS RUAS É CLARA E DISTINTA! É PRECISO CUMPRIR, APLICAR, EFETIVAR A
CONSTITUIÇÃO DE 1988, TORNANDO-A EXEMPLARMENTE EFICAZ! ESPECIALMENTE QUANTO À DEMOCRACIA DIRETA, PORQUE OS JOVENS CIDADÃOS QUEREM PARTICIPAR DAS DECISÕES.
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