EDUARDO SUPLICY E MARCOS PEIXOTO CONVERSAM NA LIVRARIA DA VILA
Foi na segunda, dia 05 passado que pudemos conversar durante quase duas horas, enquanto esperávamos a fila dos autógrafos que a Dora Kramer ia dando no “O PODER PELO AVESSO”, na Livraria da Vila, da Al. Lorena.
Com o Serra, o Alckmin, o José Aníbal e o Madeira, todos meus conhecidos, não pude conversar,até porque eles não sofreram a fila.
O Eduardo, o mais socialite de todos, talvez por isso mesmo, tornado petista, fez questão do comportamento respeitoso. Admirável esta nossa reserva moral democrática, o Eduardo Matarazzo Suplicy.
O professor Willis Santiago Guerra, meu colega do Mackenzie, acompanhou a conversa durante um tempo. Outra que se achegou um pouco por ali, foi a Renata Paccola, advogada e poeta publicada, conhecimento novo para mim.
Antes de eles chegarem, lembrei ao Eduardo que ele me permitiu discursar em 1978, em Franca, cidade natal de mamãe, da família Sandoval, subindo em seu portentoso caminhão de som, providenciado por um fortíssimo cabo eleitoral, médico cujo nome não me lembrei. Tampouco ele.
Recordei ainda que nossos pais, ambos Paulo, o meu, Mello Gonçalves, o dele, Suplicy, eram bastante conhecidos, em razão das comissárias de café da cidade de Santos e, inclusive, pelo fato da transação da compra do terreno pertencente ao pai dele, intermediada pelo meu pai, gleba onde hoje se encontra implantado o Cemitério Gethêmani, área adquirida pela Mitra Arquidiocesana de São Paulo, ter-lhes possibilitado manter contatos.
Mas estes tópicos foram apenas as preliminares de recordação e identificação. A conversa esquentou mesmo quando entrei no que eu sabia ser a paixão do Eduardo: a renda básica da cidadania. Aí ele se tornou loquaz.
Passeamos por economistas, ele inclusive me indicou um livro que eu encomendei à compra ali mesmo, bem como por juristas como John Rawls e a sua Teoria da Justiça e Dworkin e o seu ‘Taking rights seriously”. Conversa agradável e produtiva, o Eduardo incentivou-me a escrever uma comunicação para o congresso mundial que logo se realizará no Brasil sobre o tema da sua paixão.
Depois de brindados, cada qual, com o autógrafo da Dora Kramer, despedimo-nos, lá pelas 23 horas e tanto. E, enquanto caminhava em direção ao carro, lembrei-me de algo que há anos eu já havia esquecido e que foi o seguinte.
Fui, acompanhado pelo meu primo médico Eduardo Peixoto de Oliveira, à casa do Eduardo, na Rua Grécia, vestindo o uniforme macacão da Cosipa, onde então trabalhava, e assinei a ficha de filiação do PT. 1981, por aí. Ele Deputado Estadual. Durante a semana passei na Assembléia Legislativa e o seu assessor Altino Arantes se prontificou a cuidar pessoalmente do envio da minha ficha de filiação ao Cartório Eleitoral.
Naquele dia voltei a Santos, onde morava, de carona com a Telma de Santos e a Edméia, já falecida. As duas estavam organizando o PT naquela cidade e me inquiriram milhões de vezes durante a descida da serra, se eu desejava candidatar-me, ou se, como elas, estava eu disposto a fazer apenas um trabalho de base. Eu vinha de 10.000 votos na eleição de 1978, com alguma votação em Santos, cidade da família do papai.
Abrindo um parêntese, o primo Oswaldo Correa Gonçalves fez o projeto do teatro de Santos, organizou e legalizou a FAUS, Faculdade de Arquitetura de Santos, trabalhou no plano diretor à época do prefeito Carvalhinho e, fez o projeto habitacional do Chaparral, na Ponta da Praia Com meu tio-avô Frederico, o tio Fredy, herói da marinha, acompanhou desde sempre e diuturnamente a vida do Santos Futebol Clube. O vovô Bernardo Borges Gonçalves e a vovó Carolina da Cunha Mello estabeleceram-se na Rua da Constituição nº 32, já de há muito, o endereço de um armazém. Hoje, o mais destacado representante da família na cidade é o primo Alcindo Gonçalves, engenheiro da POLI e doutor em ciência política pela PUCSP, homem de larga visibilidade e respeitabilidade na cidade.
Voltando à historinha Eduardo, Altino, Telma e Edméia, um dia fui votar na primeira convenção do PT em Santos e descobri que não era filiado. Pouco depois, cobrei o Eduardo em uma missa de sétimo dia de não sei quem, na Igreja Nossa Senhora do Brasil. Ele me pediu desculpas e se justificou, afirmando que não era muito organizado... Arre! Deus escreve certo por linhas tortas.
Mais de vinte anos depois, foi gostoso papear com o Eduardo ali na Livraria da Vila. Procurei incentivá-lo a continuar sendo o sinal de contradição dentro do PT, a manter a atitude altiva e respeitadora dos estatutos, um serviço à Democracia. Condenei a atitude da maioria dos seus próceres, tornados sabujos subservientes do Presidente. Relatei-lhe ter escrito o texto “Suplicy versus Mercadante: o normal nem sempre corresponde ao geral” e ele me pediu que lhe enviasse por e-mail.
Quando lhe falei da minha percepção de que iria dar segundo turno entre a Marina Silva e o José Serra, ele apenas comentou que ela era muito sua amiga e que sim, ela iria surpreender!
Com o Serra, o Alckmin, o José Aníbal e o Madeira, todos meus conhecidos, não pude conversar,até porque eles não sofreram a fila.
O Eduardo, o mais socialite de todos, talvez por isso mesmo, tornado petista, fez questão do comportamento respeitoso. Admirável esta nossa reserva moral democrática, o Eduardo Matarazzo Suplicy.
O professor Willis Santiago Guerra, meu colega do Mackenzie, acompanhou a conversa durante um tempo. Outra que se achegou um pouco por ali, foi a Renata Paccola, advogada e poeta publicada, conhecimento novo para mim.
Antes de eles chegarem, lembrei ao Eduardo que ele me permitiu discursar em 1978, em Franca, cidade natal de mamãe, da família Sandoval, subindo em seu portentoso caminhão de som, providenciado por um fortíssimo cabo eleitoral, médico cujo nome não me lembrei. Tampouco ele.
Recordei ainda que nossos pais, ambos Paulo, o meu, Mello Gonçalves, o dele, Suplicy, eram bastante conhecidos, em razão das comissárias de café da cidade de Santos e, inclusive, pelo fato da transação da compra do terreno pertencente ao pai dele, intermediada pelo meu pai, gleba onde hoje se encontra implantado o Cemitério Gethêmani, área adquirida pela Mitra Arquidiocesana de São Paulo, ter-lhes possibilitado manter contatos.
Mas estes tópicos foram apenas as preliminares de recordação e identificação. A conversa esquentou mesmo quando entrei no que eu sabia ser a paixão do Eduardo: a renda básica da cidadania. Aí ele se tornou loquaz.
Passeamos por economistas, ele inclusive me indicou um livro que eu encomendei à compra ali mesmo, bem como por juristas como John Rawls e a sua Teoria da Justiça e Dworkin e o seu ‘Taking rights seriously”. Conversa agradável e produtiva, o Eduardo incentivou-me a escrever uma comunicação para o congresso mundial que logo se realizará no Brasil sobre o tema da sua paixão.
Depois de brindados, cada qual, com o autógrafo da Dora Kramer, despedimo-nos, lá pelas 23 horas e tanto. E, enquanto caminhava em direção ao carro, lembrei-me de algo que há anos eu já havia esquecido e que foi o seguinte.
Fui, acompanhado pelo meu primo médico Eduardo Peixoto de Oliveira, à casa do Eduardo, na Rua Grécia, vestindo o uniforme macacão da Cosipa, onde então trabalhava, e assinei a ficha de filiação do PT. 1981, por aí. Ele Deputado Estadual. Durante a semana passei na Assembléia Legislativa e o seu assessor Altino Arantes se prontificou a cuidar pessoalmente do envio da minha ficha de filiação ao Cartório Eleitoral.
Naquele dia voltei a Santos, onde morava, de carona com a Telma de Santos e a Edméia, já falecida. As duas estavam organizando o PT naquela cidade e me inquiriram milhões de vezes durante a descida da serra, se eu desejava candidatar-me, ou se, como elas, estava eu disposto a fazer apenas um trabalho de base. Eu vinha de 10.000 votos na eleição de 1978, com alguma votação em Santos, cidade da família do papai.
Abrindo um parêntese, o primo Oswaldo Correa Gonçalves fez o projeto do teatro de Santos, organizou e legalizou a FAUS, Faculdade de Arquitetura de Santos, trabalhou no plano diretor à época do prefeito Carvalhinho e, fez o projeto habitacional do Chaparral, na Ponta da Praia Com meu tio-avô Frederico, o tio Fredy, herói da marinha, acompanhou desde sempre e diuturnamente a vida do Santos Futebol Clube. O vovô Bernardo Borges Gonçalves e a vovó Carolina da Cunha Mello estabeleceram-se na Rua da Constituição nº 32, já de há muito, o endereço de um armazém. Hoje, o mais destacado representante da família na cidade é o primo Alcindo Gonçalves, engenheiro da POLI e doutor em ciência política pela PUCSP, homem de larga visibilidade e respeitabilidade na cidade.
Voltando à historinha Eduardo, Altino, Telma e Edméia, um dia fui votar na primeira convenção do PT em Santos e descobri que não era filiado. Pouco depois, cobrei o Eduardo em uma missa de sétimo dia de não sei quem, na Igreja Nossa Senhora do Brasil. Ele me pediu desculpas e se justificou, afirmando que não era muito organizado... Arre! Deus escreve certo por linhas tortas.
Mais de vinte anos depois, foi gostoso papear com o Eduardo ali na Livraria da Vila. Procurei incentivá-lo a continuar sendo o sinal de contradição dentro do PT, a manter a atitude altiva e respeitadora dos estatutos, um serviço à Democracia. Condenei a atitude da maioria dos seus próceres, tornados sabujos subservientes do Presidente. Relatei-lhe ter escrito o texto “Suplicy versus Mercadante: o normal nem sempre corresponde ao geral” e ele me pediu que lhe enviasse por e-mail.
Quando lhe falei da minha percepção de que iria dar segundo turno entre a Marina Silva e o José Serra, ele apenas comentou que ela era muito sua amiga e que sim, ela iria surpreender!
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